A ideia de que certos pensamentos (ex., vai correr mal), sensações corporais (ex., corar) e sentimentos (ex., tristeza) são “negativos” e, logo, passíveis de serem evitados e/ou alterados é cada vez mais generalizada na sociedade moderna. Embora uma tendência natural do ser humano seja evitar o sofrimento, acreditar que a felicidade deveria ser o nosso estado normal, que se atinge suprimindo esse sofrimento, é responsável por muitas vidas infelizes.
De facto, a investigação aponta, cada vez mais, para a relação entre evitamento da experiência interna (pensamentos, sentimentos, sensações corporais, memórias, etc) e psicopatologia.
Entre as várias abordagens de terceira geração, a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) assume protagonismo ao evidenciar o impacto negativo deste evitamento (e de outros processos associados) na saúde e qualidade de vida, defendendo a aceitação da experiência interna, ao mesmo tempo que destaca a importância de orientarmos a vida para o que é realmente importante.